Hoje inicia-se o mês de Rāma. Comemoraremos Rāmanavamī, o dia de Rāma, no dia 10 de abril. Como a data caiu em um domingo neste ano, teremos a benção de oferecer a nossa puja mensal para Rāma no dia exato de sua comemoração na Índia.
VRATA
Sempre que uma data auspiciosa está chegando, os devotos se preparam, escolhendo suas vratas (compromissos) e se dedicando à elas. Fazer uma vrata é uma forma de mostrarmos nossa apreciação à Isvara e podermos nos sentir mais contectas à Ele.
Listo aqui algumas sugestões de vratas para serem iniciadas hoje e finalizadas no dia 10 de abril, dia da nossa puja mensal.
1. Satya vrata – falar somente a verdade. Para aqueles que não possuem compromisso com a verdade, esta é uma data auspiciosa para iniciar. Detalhe: não existe fim para este vrata. Satya deve nos acompanhar por toda a vida. Atenção em falar a verdade com gentileza. O objetivo não é se aproveitar deste valor para agredir os outros com a desculpa de: ‘estou falando a verdade!’
2. Dharma vrata – o dharma protege aquele que protege o dharma. Proteger o dharma é proteger os valores universais, colocando em suas ações, o dharma primeiro lugar. A cada ação e decisão que tiver que tomar em sua vida, coloque na balança: o dharma e o desejo. Se seu desejo for adharmico (egoísta, agressivo, traidor…) você deixa o desejo de lado e dá a vitória ao dharma. Aproveite esses dias para entender mais sobre o dharma. Uma dica é começar a ouvir o nosso podcast do Mahabharata, que é a história do dharma contra o adharma.
3. Japa – Realizar o canto do mantra ‘Om Rām Rāmāya namah’ (pronuncie o ‘r’ de Rām e de Rāma como o ‘r’ da palavra ‘cara’) todos os dias, iniciando hoje e finalizando no dia 10 de abril. Você pode escolher quantas contas de japamala consegue fazer por dia. Uma opção é repetir somente o nome de Rāma (pronuncie como: ráma) O importante é cumprir o vrata!
4. Likhita japa – em um pequeno caderno novo, escreva Rāma, de forma transliterada, que é esta forma: Rāma, ou em devanāgarī, como ensino no vídeo a seguir. Escreva um pouco todos os dias durante os 10 dias. Você não precisa completar o caderno todo, mas quanto mais escrever, melhor. No dia 10 de abril, vamos oferecer os cadernos de Likhita japa, no momento da puja mensal.
QUEM É RAMA?
Rāma é uma palavra sânscrita com alguns significados. No dicionário sânscrito Monier Williams, o significado é: “escuro, de cor escura, preto”. A palavra está relacionada ao termo ratri que significa noite. Em outro contexto, como encontrado em outros textos védicos, a palavra significa “agradável, delicioso, encantador, bonito, amável.”
Rāma é o sétimo avatāra de Vishnu. Sua história é contada no Rāmāyaṇa, uma das mais conhecidas histórias da Índia. Ele é aquele que protege o dharma. É o símbolo do ser humano perfeito, aquele que realiza todas as suas ações trazendo o dharma sempre acima dos desejos.
Diz-se que Rāma nasceu filho de Kaushalya e Dasharatha no reinado de Ayodhya. Seus irmãos eram: Lakshmana , Bharata e Shatrughna. Casou-se com Sītā, uma encarnação da deusa Laksmī . Embora nascidos em uma família real, sua vida é descrita nos textos hindus como desafiadora. Dentre os acontecimentos marcantes de sua vida, passou um exílio em circunstâncias pobres e difíceis, além do sequestro de Sītā pelo rei asura Rāvana. Seu maior devoto é Hanuman.
AS COMEMORAÇÕES NA ÍNDIA
Este dia na Índia é marcado pelo conto das histórias de Rāma nos templos ou pela leitura de histórias de Rāma em casa. Alguns devotos visitam um templo, outros rezam dentro de suas casas e alguns participam de um bhajan ou kirtan junto com uma puja. As cidades organizam eventos beneficentes e refeições voluntárias. O festival é uma ocasião de reflexão moral para muitos hindus. Alguns realizam jejum ou uma visita a um rio sagrado.
Rathayatras, as procissões de carruagens, também conhecidas como Shobha yatras de Rāma, Sita, seu irmão Lakshmana e Hanuman , são realizadas em vários lugares. Em Ayodhya, muitos dão um mergulho no rio sagrado Sarayu e depois visitam o templo de Rāma.
Que vocês tenham forças para realizarem as vratas que desejarem e sejam muito abençoados pelos mestres.
Harih Om,
Por Juliana Campesi